As Marchas Populares
Tudo começa bem no topo da avenida, junto à rotunda do Marquês de Pombal. No centro da avenida, homens e mulheres fazem os últimos preparativos para a maratona que se aproxima, e mais à frente outros já desfilam: começou. Contornando as pessoas que se amontoam junto às barreiras, começo também eu a descer a avenida. De ambos os lados, filas de holofotes iluminam os participantes à medida que dançam e cantam avenida abaixo, vestidos a rigor para a ocasião e carregando estandartes e arcos pintados de mil cores.
Deste lado das barreiras um mar de gente avança distraída por entre vendedores ambulantes que vendem um pouco de tudo: garrafas de água e latas de cerveja dentro de baldes cheios de gelo, pacotes de pipocas, vasos com manjericos, sardinhas na brasa, balões de mil cores e formatos, ramos de flores e uma série de objectos luminosos de utilidade duvidosa. Por trás das bancadas, sentado na relva, um rapaz toca acordeão e a seu lado um pequeno chihuahua segura um cestinho na boca na esperança de receber algumas moedas: uma chamada à realidade no meio da alegria e da animação. Mais à frente, na principal área de actuação, onde todo o aparato das câmaras de televisão se concentra, aglomera-se uma grande multidão nas bancadas e fora delas. Em busca de um lugar mais vantajoso, muitos tentam a sorte trepando ... o que podem. Árvores, fontes, estátuas, caixotes do lixo, cabines telefónicas, bancos de jardim, outras pessoas ... tudo serve para se conseguir uma vista melhor.


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