Hoje Estamos Todos Mais Pobres
No espaço de alguns dias Portugal perdeu três das suas mais proeminentes figuras do século 20. Falo de Eugénio de Andrade, Vasco Gonçalves e Álvaro Cunhal.
De Eugénio de Andrade fica a lembrança de um homem simples, um homem do povo, um dos maiores poetas portuguesas da actualidade. E o povo não esquece.
Vasco Gonçalves fica na história como um dos militares de Abril que abriu caminho ao fim da ditadura Marcelista. Logo a seguir, como politico, foi primeiro-ministro durante os conturbados meses que se seguiram à revolução e foi responsável por muitos dos direitos conquistados pelos trabalhadores. E o povo não esquece.
Por fim, Álvaro Cunhal, figura impar da nossa história recente, voz maior do comunismo em Portugal e figura de popa da resistência ao regime fascista. Prisioneiro político por várias vezes e durante largos anos, foi protagonista de uma fuga espectacular da prisão de Peniche em 1960 e esteve exilado até 1974. Num mundo em mudança com o fim da URSS e a queda do muro de Berlim, permaneceu fiel às suas convicções até ao fim, granjeando respeito acima de qualquer ideal partidário. E o povo não esquece.
Hoje estamos todos mais pobres.


1 Comentário(s):
Acho que tens toda a razão. Só tenho pena é que, na maior parte das vezes, seja preciso as pessoas morrerem para alguém se lembrar delas... Como diz o ditado "Se queres ser bom, morre ou ausenta-te".
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