segunda-feira, 13 de junho de 2005

Hoje Estamos Todos Mais Pobres

No espaço de alguns dias Portugal perdeu três das suas mais proeminentes figuras do século 20. Falo de Eugénio de Andrade, Vasco Gonçalves e Álvaro Cunhal.

De Eugénio de Andrade fica a lembrança de um homem simples, um homem do povo, um dos maiores poetas portuguesas da actualidade. E o povo não esquece.

Vasco Gonçalves fica na história como um dos militares de Abril que abriu caminho ao fim da ditadura Marcelista. Logo a seguir, como politico, foi primeiro-ministro durante os conturbados meses que se seguiram à revolução e foi responsável por muitos dos direitos conquistados pelos trabalhadores. E o povo não esquece.

Por fim, Álvaro Cunhal, figura impar da nossa história recente, voz maior do comunismo em Portugal e figura de popa da resistência ao regime fascista. Prisioneiro político por várias vezes e durante largos anos, foi protagonista de uma fuga espectacular da prisão de Peniche em 1960 e esteve exilado até 1974. Num mundo em mudança com o fim da URSS e a queda do muro de Berlim, permaneceu fiel às suas convicções até ao fim, granjeando respeito acima de qualquer ideal partidário. E o povo não esquece.

Hoje estamos todos mais pobres.

1 Comentário(s):

Anónimo disse...

Acho que tens toda a razão. Só tenho pena é que, na maior parte das vezes, seja preciso as pessoas morrerem para alguém se lembrar delas... Como diz o ditado "Se queres ser bom, morre ou ausenta-te".