quarta-feira, 20 de julho de 2005

Uma Águia na Lua

Há precisamente 36 anos atrás, os olhos do mundo estavam colados aos televisores assistindo ainda incrédulos a um dos maiores feitos na história da história; tantos e tantos milhares de quilómetros de distância, uma pequena nave de aspecto estranho e frágil de nome "Eagle" (Águia) aterrava na superfície da Lua.

Poucas horas depois o mundo parou em deslumbramento enquanto um aparentemente desastrado e pesado astronauta de nome Neil Armstrong descia uma pequena escada e se tornava no primeiro homem a pisar a superfície da Lua. Um pequeno passo que ficou gravado na história assim como as pegadas o ficaram no solo lunar.

"That's one small step for a man, one giant leap for mankind."
Neil Armstrong

segunda-feira, 11 de julho de 2005

O Fracasso da Guerra ao Terrorismo

Ainda hoje em Londres se procuram entre os destroços os corpos de mais de 20 pessoas, desaparecidas após os atentados no Metro de Londres na passada Quinta-feira. Sinceramente, as imagens sangrentas não me impressionaram tanto como seria de esperar. Como poderiam quando todos os dias correm mundo tantas e tantas imagens de violência e terror? É triste que se tenha vindo a tornar um hábito.

Há precisamente 46 meses atrás, ao princípio da tarde, as torres gémeas do World Trade Center em New York ruíam e o Pentágono ardia descontroladamente. A imagem das pessoas saltando para a morte dos andares mais altos para fugir às chamas é algo que nunca esquecerei. Também há precisamente 16 meses atrás, Madrid foi palco de outro atentado sangrento, dessa vez resultante do rebentamento de bombas colocadas em vários comboios de passageiros. Agora foi a vez de Londres ser manchada de sangue. Pelo meio ficam tantos e tantos ataques pelo mundo, sobretudo no Médio Oriente.

A resposta do mundo ocidental (desculpem-me, dos Norte-Americanos e dos Ingleses) foi a invasão do Afeganistão e do Iraque com o pretexto de uma “Guerra ao Terrorismo”. E digo pretexto porque foi um pretexto (no caso do Iraque pelo menos) para encobrir outros interesses, nomeadamente os das empresas de armamento e do petróleo.

Pois bem, deixem-me dizer o seguinte: a Guerra ao Terrorismo falhou. E falhou porque estava condenada a falhar desde o início. Não se pode combater o terrorismo recorrendo às políticas que o geraram nem utilizando-o como pretexto para levar a cabo agendas secretas. A escalada do imperialismo económico e bélico a que temos assistido não enfraqueceu o terrorismo, pelo contrário alimentou-o, e foi precisamente esta linha de pensamento e de acção que “criou” Osama Bin Laden e continua a criar gerações de terroristas.

A despeito do ataque às torres gémeas, sinto-me menos seguro hoje do que há quatro anos atrás, porque acredito que há cada vez mais pessoas dispostas a juntar-se aos grupos terroristas do que nunca. Entre os “expansionistas” americanos, os “intransigentes” israelitas, os “fanáticos” muçulmanos e os “megalómanos” Coreanos, não sei quem vai ganhar alguma coisa com tudo isto. O mais provável é perdermos todos ... por causa de alguns.

domingo, 10 de julho de 2005

A Geração "Rasca"

Já há algum tempo que não escrevia nada. Lamento mas não foi possível por motivos pessoais. Aliás, não será hoje que irei corrigir isso. Hoje tenho mais um texto que não é meu mas que me pareceu interessante.

"Olhando para trás, é difícil acreditar que estejamos vivos.

Nós viajávamos
em carros sem cintos de segurança ou air bag. Não tivemos nenhuma tampa à prova de crianças em frascos de remédios, portas, ou armários e andávamos de bicicleta sem capacete, sem contar que pedíamos boleia. Bebíamos água directamente da mangueira e não da garrafa. Gastámos horas a construir os nossos carrinhos de rolamentos para descer ladeira abaixo e só então descobríamos que nos tínhamos esquecido dos travões. Depois de colidir com algumas árvores, aprendemos a resolver o problema.

Saíamos de casa de manhã, brincávamos o dia inteiro, e só voltávamos quando se acendiam as luzes da rua. Ninguém nos podia localizar. Não havia telemóveis. Nós partimos ossos e dentes, e não havia nenhuma lei para punir os culpados. Eram acidentes. Ninguém para culpar, só a nós próprios. Tivemos brigas e esmurramos uns aos outros e aprendemos a superar isto. Comemos doces e bebemos refrigerantes mas não éramos obesos. Estávamos sempre ao ar livre, a correr e a brincar. Partilhámos garrafas de refrigerante e ninguém morreu por causa disso.

Não tivemos Playstations, Nintendo 64, vídeo games, 99 canais a cabo, filmes em vídeo, surround sound, telemóveis, computadores ou Internet. Nós tivemos amigos. Nós saíamos e íamos ter com eles. Íamos de bicicleta ou a pé até casa deles e batíamos à porta. Imaginem tal coisa! Sem pedir autorização aos pais, por nós mesmos! Lá fora, no mundo cruel! Sem nenhum responsável! Como conseguimos fazer isto?

Fizemos jogos com pedras, paus, bastões e bolas de ténis e comemos minhocas e, embora nos tenham dito que aconteceria, nunca nos caíram os olhos ou as minhocas ficaram vivas na nossa barriga para sempre. Nos jogos da escola, nem toda a gente fazia parte da equipa. Os que não fizeram, tiveram que aprender a lidar com a decepção... Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros. Eles repetiam o ano! Que horror! Não inventavam testes extras. Éramos responsáveis por nossas acções e arcávamos com as consequências. Não havia ninguém que pudesse resolver isso. A ideia de um pai nos protegendo, se desrespeitássemos alguma lei, era inadmissível! Eles protegiam as leis! Imaginem!

A nossa geração produziu alguns dos melhores compradores de risco, criadores de soluções e inventores. Os últimos 50 anos foram uma explosão de inovações e novas ideias. Tivemos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade, e aprendemos a lidar com isso. Tu és um deles. Parabéns!"
Autor Desconhecido

sábado, 2 de julho de 2005

O Deficit Público e Outras Trapalhadas

Foi encontrado um erro no famoso “Relatório Constâncio”, sobre o deficit público português para 2005. Esta foi a grande notícia em Portugal ontem. Confesso que a minha primeira reacção foi de curiosidade e até um pouco esperança quando ouvi a notícia. Talvez as coisas não estivessem tão más. Talvez.

Entre as declarações de indignação da oposição e a excitação dos jornalistas e comentadores parecia que o caso era sério. Depois vieram os números. O erro aumentava o deficit em 151,4 milhões de euros. Afinal o deficit não é de 6,83%, mas sim de 6,72%. Não são trocos. Um erro destes é inadmissível. Mas face à situação do país é irrelevante e anedótico. Vi políticos e comentadores em delírio com uma diferença de 0,11% quando o deficit é mais do dobro do máximo permitido pelo PEC. Mais do dobro!

Eu sei que é a atitude mais “politicamente correcta”, porque é mais fácil desviar a atenção dos verdadeiros problemas e arranjar bodes expiatórios para as trapalhadas do costume do que explicar aos portugueses a verdadeira gravidade dos problemas com que nos deparamos e as suas consequências.

Resta-nos a consolação de que o deficit é ligeiramente mais baixo do que se pensava. Não que isso faça muita diferença ...